quinta-feira, maio 31, 2007

Água louca





A receita que escolhi para o Rei Peixe do Colher de Tacho vem deste livro. A Valentina já o tinha recomendado muito bem mas aquele bolo de alecrim com limão que a Karen preparou foi decisivo para eu encomendá-lo também!
Este peixe é o que dá título ao livro e segundo a autora é um prato da costa de Amalfi na Itália. Dá uma olhada nesta foto aí embaixo. Lugar lindo, lindo!



Ninguém sabe ao certo explicar a origem do nome deste prato. Alguns dizem que é pelo fato dos pescadores usarem água do mar para preparar este peixe outros acham que é devido ao toque ardido da pimenta.
Dando uma olhada à primeira vista na receita, nada me chamou a atenção. São ingredientes básicos mesmo, nada de exótico, mas a autora comentou de uma forma tão entusiasmada sobre o prato que decidi experimentar.
Preparei para o jantar de hoje e realmente encantou! O molho é delicioso, perfeito para comer com batatas cozidas ou molhar no pão!
O peixe recomendado é o sea bass (não sabia qual a tradução para português, porém as queridas Karen e Valentina já me socorreram! É o robalo ou suzuki aqui no Japão) mas a autora explica que pode ser qualquer um que você gostar. Eu usei o "ishimochi". Talvez por ter usado peixes pequenos estavam cheio de espinhas. A carne também é muito delicada e é preciso tomar cuidado para não quebrar na hora de retirar da panela. Da próxima vez experimentarei usar "tai", mais carnudo e mais firme ou mesmo filés de peixe.
De qualquer forma, a receita foi aprovadíssima e como a Valentina sempre ressalta, o segredo é usar ingredientes frescos e de excelente qualidade!

Água louca

1 peixe de 1.5kg ou 4 pequenos limpos e sem escamas

molho:

1 maço de salsinha
8 tomates-ameixa sem sementes e picados (usei do tipo Tomu tomu)
2 pimentas vermelhas pequenas (usei togarashi seco)
3 dentes de alho amassados
200ml de vinho branco
275ml de caldo de peixe ou água (usei água mais um pouco de hondashi)
4 galhos de orégano fresco ou 1 colher de sopa de orégano seco
100ml de azeite extra-virgem
sal e pimenta a gosto

guarnição:
azeite extra-virgem
gomos de limão
batatas cozidas ou pão

Tire os talinhos da salsinha e amarre-os com barbante. Reserve as folhas.
Coloque todos os ingredientes do molho numa panela que caiba os peixes. Misture tudo e junte o amarrado de talinho de salsinha. Leve ao fogo e deixe ferver. Abaixe o fogo, tampe e deixe cozinhando por 15 minutos.
Lave bem o peixe e deite no molho. Jogue um pouco de molho sobre o peixe, tampe e deixe cozinhando por mais 30 minutos se o peixe for grande ou 15 minutos se for pequeno. Vá dando uma olhada de vez enquando para checar o cozimento do peixe. A carne precisa estar branca. Se ainda estiver transparente, precisa cozinhar mais um pouco.
Retire com cuidado os peixes cozidos num prato e deixe cobertos para não esfriarem. Aumente o fogo e deixe o molho apurando até que reduza pela metade. Junte uma parte das folhas da salsinha picada e deixe refogando mais alguns minutos. Regue os peixes com este molho, enfeite com o restante da salsinha e guarneça com um generoso fio de azeite, os gomos de limão e batatas cozidas no vapor ou pão rústico. Bom apetite!

domingo, maio 27, 2007

Katsuo no tataki



Tataki é uma espécie de sashimi onde o peixe é rapidamente assado direto no fogo ou grelhado numa chapa quente. Sua superfície fica corada por fora mas por dentro, o peixe continua cru. Nos mercados daqui, o pedaço do peixe já é vendido grelhado. Em casa, apenas fatiamos e servimos.
O tataki mais conhecido é do peixe bonito (katsuo), um dos favoritos do Luiz. Eu como mas confesso que não é com aquele entusiasmo. O bonito tem gosto e cheiro um pouco mais acentuados que o atum.
Nesta época do ano, encontramos o shin tamanegui, a cebola recém-colhida, bem tenra e suculenta, nos mercados. É menos ardida e portanto ótima para ser usada em saladas e para acompanhar o tataki.
Lave o pedaço de peixe, seque bem com papel toalha e regue-o com suco de limão. O limão vai impedir que o peixe grude na frigideira. Quem me ensinou o truque foi a acupunturista e funcionou mesmo! Aqueça bem uma frigideira em fogo alto e deite o peixe. Deixe dourando por alguns segundos e vá virando até que todos os lados estejam selados. Coloque o peixe numa tigela com água gelada. Enxugue com papel toalha e corte em fatias.
Faça uma caminha com cebola fatiada, coloque as fatias de peixe e polvilhe bastante cebolinha verde picada e gengibre ralado. Regue com ponzu (shoyu com limão) e sirva.

Sômen gelado



Com o calor que tem feito estes dias, não tem coisa melhor do que um prato bem leve e geladinho como este macarrão chamado sômen. Ele é bem fininho, lembra o cabelo de anjo e fica cozido num piscar de olhos. Aqui os caldos já são vendidos prontos. É só deixar na geladeira para ficar bem geladinho. Caso queira preparar em casa, faça o dashi (veja receita com passo-a-passo aqui), junte um pouco de shoyu, deixe esfriar e guarde na geladeira até a hora de servir.



Cozinhe o sômen por 2 minutos em água fervente e abundante. Escorra e lave debaixo da torneira até que fique frio. Encha uma tigela com água mineral e gelo. As rodelas de limão são um toque opcional. Você pode enfeitar com folhas ou flores comestíveis também. Despeje o sômen aí e leve à mesa.
Cada um vai se servindo direto da tigela, molha o macarrão no caldo e é só comer!
Aqui existem restaurantes onde o sômen vem por uma canaleta com água corrente. As pessoas ficam em volta desta canaleta e vão se servindo! Tem até uma maquininha que imita esta canaleta para uso doméstico! Nunca fui num restaurante assim, mas confesso que não gostaria de estar no final da canaleta, depois que todos já enfiaram seus hashis! rsss




À esquerda, o caldo que comprei desta vez. Tem sabor de shisô (perilla) e é bem refrescante, gostamos muito! À direita, o sômen.

sexta-feira, maio 25, 2007

Bolinhos de chocolate e amoras



Essa semana foi corrida e não tive a chance de preparar nada de especial. Fiz apenas estes bolinhos usando uma lata de amoras (blackberries) que estava para vencer mês que vem. Ficaram razoáveis mas acho que framboesas combinariam melhor. O toque bacana do doce ficou por conta do achocolatado Milo que no Brasil corresponderia ao Ovomaltine. A cobertura ficou bem crocante depois de assada! No dia seguinte, talvez abafado no embrulho que fiz, o chocolate derreteu formando uma cobertura cremosa de sujar os dedos e os lábios!



A massa usada é a mesma que usei para fazer os muffins de blueberries. Fiz meia receita e adicionei apenas 2 colheres bem cheias de achocolatado e uma lata média de amoras em calda escorridas. Metade das frutas foram incorporadas à massa e o restante espalhei na superfície. Polvilhei generosamente com mais Milo e levei a forno. Depois de assados, joguei um pouco de açúcar de confeiteiro. Caprichei no embrulho e distribui para os colegas de fábrica.

segunda-feira, maio 21, 2007

Feijoada japonesa



Não sei exatamente em qual postagem eu comentava que preparávamos feijoada aqui e a Karen se espantou. É verdade que não temos todos os pertences à disposição, mas com o que encontramos nas lojas de produtos brasileiros dá para se matar a saudade de pratos típicos como a feijoada. Houve uma época em que a única opção era recorrer às latas de feijoada pronta. Que lástima, não? Retemperávamos e, para nós, era uma delícia! Tempos em que cada amigo ou parente que chegava aqui trazia alguma "lembrancinha" do Brasil na mala. Feijão, salame, goiabada, ovo de Páscoa, panetone! Tudo era recebido com alegria e costumávamos repartir entre os amigos! Hoje em dia encontramos quase tudo nestas lojinhas. Mesmo assim não ousaria batizar esta receita como A feijoada. Os tradicionalistas me crucificariam, por certo! rss
Stanislaw Ponte Preta dizia que "para a feijoada ser completa, tem que ter até ambulância na porta!"
Exageros à parte, minha sogra preparava feijoadas ótimas aqui, bem menos gordurosas. Não nos dava a sensação de ter engolido uma bigorna! É esta receita que passo aqui. Muitos que moram no Brasil vão estranhar bastante a forma de preparo, talvez até torcer o nariz, mas é uma maneira de amenizar a vontade de comer este prato tão apreciado da nossa culinária brasileira. Espero que seja de algum interesse para outros dekasseguis!

Feijoada japonesa

1 kg de feijão preto
1 pacote de charque (500g)
1 bandeja pequena de pé de porco
300g de bacon em bloco
500g de músculo de boi
2 linguiças calabresas defumadas
2 linguiças tipo paio
500g de costelinha de porco fresca ou congelada (a defumada não é boa, tem gosto de ranço)
1 cabeça de alho descascada e picada
2 cebolas picadas
50ml de óleo
sal se necessário
pimenta do reino
4 folhas de louro

Separe o feijão e deixe de molho por algumas horas (desta vez deixei por 4 horas). Corte o charque em pedaços, lave bem e deixe de molho por umas 2 horas. Não é necessários trocar a água pois o charque daqui não é muito salgado e acaba-se tirando todo seu gosto.
Coloque os pedaços do pé, as costelas e o bacon picado numa panela. Coloque água que cubra as carnes e leve ao fogo. Deixe aferventar e escorra. Lave bem em água corrente e reserve.
Coloque o feijão, com a mesma água que ficou de molho, na panela de pressão. A água tem que ficar uns 4 dedos acima do nível de feijão. Tampe e leve ao fogo. Quando pegar pressão e começar a chiar, conte 20 minutos.
Se você tiver outra panela de pressão, coloque nela as carnes: charque escorrido, pé de porco, costelinha, bacon, linguiças em rodelas e o músculo em pedaços. Coloque água que cubra as carnes e leve ao fogo também. Deixe por 30 minutos depois que começar a chiar.
Caso não tenha duas panelas, espere o feijão cozinhar e coloque as carnes para cozinhar. Se quiser, deixe um pouco de feijão e caldo para cozinhar junto com as carnes para "pegar cor".
Numa panela bem grande, refogue o alho e a cebola. Junte o feijão e as carnes cozidas. Caso não tenha muito caldo, acrescente um pouco de água quente ao feijão. Junte as folhas de louro e tempere com pimenta do reino. Prove o sal e acerte se necessário. Deixe dar uma aferventada. Junte o suco de um limão e cozinhe por mais alguns instantes. Retire a espuma branca da superfície. Se você gosta do caldo mais grosso, deixe apurando mais alguns minutos. A feijoada fica melhor ainda no dia seguinte!

Farofa para acompanhar

3 colheres (sopa) de azeite
100g de bacon picado em tirinhas
2 ovos
1 dente de alho picadinho
1/2 cebola fatiada
1 tomate grande picado
1/2 xícara de azeitonas verdes picadas
farinha de mandioca o suficiente (gosto da torrada)
sal e pimenta do reino
cheiro verde picado

Refogue o bacon no azeite em fogo médio. Quando ficar douradinho, afaste o bacon para um canto e quebre os 2 ovos. Misture e frite por alguns instantes. Afaste para um canto também. Se necessário, coloque mais azeite e refogue o alho com a cebola. Coloque o tomate picado e refogue até derreter. Junte as azeitonas e vá adicionando a farinha de mandioca aos poucos até ficar na textura que você gosta, mais molhadinho ou mais sequinho. Tempere e desligue o fogo. Junte o cheiro verde e misture.

Sirva a feijoada com couve refogada, molho vinagrete e de pimenta e laranja ou abacaxi como sobremesa para "cortar" a gordura.

domingo, maio 20, 2007

Amarelou!



Estes kiwis amarelos são uma gostosura! Ao contrário do verde, o Gold Kiwi é bem docinho. Sua superfície é lisa, sem pelinhos, e não é preciso esperar ficar meio mole para consumir. Do jeito que você os encontra no mercado, durinhos, já estão bons para comer! Agora que estamos na safra, nunca falta na minha cesta de frutas!

sexta-feira, maio 18, 2007

Lanchinho boooooom!



Folheando um livro com receitas práticas na livraria, encontrei esta sugestão super fácil e rápida de fazer: tirinhas de atum. É ótimo para um lanchinho da tarde, para acompanhar uma cervejinha ou para aquela visita inesperada!
Bati também um smoothie de mirtilos e meu lanche ficou bom a beça!
O smoothie é uma bebida saudável e nutritiva preparada basicamente de frutas e iogurte, tudo batido no liquidificador. O resultado é esta vitamina de textura cremosa e gosto suave que agrada desde crianças até pessoas idosas!



Smoothie de mirtilos

* xícara de 200ml

1 xícara de mirtilos congelados
150ml de iogurte natural
200ml de leite desnatado
mel a gosto
5 ou 6 cubos de gelo

Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata bem. Sirva em seguida.



Tirinhas de atum

2 fatias de pão de forma
1 latinha de atum escorrida (90g)
2 colheres (sopa) de queijo ralado
2 ou 3 colheres (sopa) de maionese ou até que dê ponto de espalhar
sal e pimenta do reino a gosto
salsinha picadinha

Tire as beiradas do pão de forma.
Numa vasilha, misture o atum com o queijo e a maionese. Tempere com sal e pimenta e espalhe sobre as fatias de pão. Em seguida, corte em tirinhas de 1cm e disponha numa assadeira. Deixe um espaço entre as tirinhas, pois se ficarem juntinhas elas não ficam tostadas por inteiro (experiência própria!). Leve ao oven toaster e deixe assando por 10 minutos ou até que as bordas fiquem douradas. Se você não possui oven toaster, asse no forno mesmo em temperatura bem alta. Depois de assados, polvlhe pimenta do reino moída na hora e a salsinha.

quinta-feira, maio 17, 2007

Muffins de milho em dose tripla!





Para a quinzena do Rei-milho do Colher de tacho, estava pensando em preparar pamonhas! Adoro e faz anos que não como pamonha! Mesmo sabendo que ninguém aqui ainda conseguiu preparar o doce devido ao milho daqui, que tem grãos muito macios e a palha também é muito fina e estreita impossibilitando de embrulhar, insisti e tentei fazer esta semana. Ainda não estamos na época de milho fresco, mas encontrei alguns no mercado domingo, meio carinhos, mas trouxe para casa. Fiz algumas adaptações e estava crente que sairia uma pamonha à moda japonesa mas foi um fiasco total! Saiu é um belo de um curau! rsss
Mas ainda não desisti da vontade de comer pamonha e já estou com outras traquinagens na cabeça para triblar o milho daqui! rss
O plano A tendo ido para o brejo, coloquei o plano B em ação. Pesquisei várias receitas e as que me atraíram usavam milho mais como coadjuvante. Queira algo que me lembrasse milho a cada mordida e acabei topando com esta receita. É milho para não botar defeito: fubá, milho em creme e grãos de milho nos muffins!
Eles saíram bem macios, mas se você espera alguma coisa parecida com bolo de fubá pode esquecer. Como leva bem pouco açúcar na massa torna-se um bolinho quase neutro. Vai bem com uma manteiguinha, requeijão... e com geléias ou mel. Para um café da manhã ou um lanchinho da tarde cai muito bem!




Muffins de milho em dose tripla

Rende 12 bolinhos

250g de farinha de trigo
50g de fubá
2 colheres (chá) de fermento em pó
2 ovos
100g de manteiga sem sal derretida e amornada
50g de açúcar mascavo
uma pitada de sal
200g de creme de milho em lata
2 colheres (sopa) de leite
100g de milho verde em lata escorrido

Peneire a farinha com o fubá e o fermento numa tigela grande.
Misture os demais ingredientes, menos o milho verde em grãos.
Coloque forminhas de papel na forma de muffins.
Pré-aqueça o forno a 180oC.

Abra um buraco no centro da farinha peneirada e despeje os ingredientes líquidos. Misture com colher de pau ou silicone. Junte os grãos de milho e termine de misturar. Distribua a massa nas forminhas e leve ao forno para assar por cerca de 20 minutos. Faça o teste do palitinho. É bom morninho mas no dia seguinte ficou mais saboroso. Corte fatias e dê uma tostada no forninho. Passe geléia (de goiabada deve ficar um regalo!) e bom apetite!



Creme de milho em lata. Lembra um curau sem açúcar. Infelizmente não sei o que pode substituir aí no Brasil... :-(

segunda-feira, maio 14, 2007

Muitas delícias em Kobe


Ir para Kobe e não comer o bife de Kobe é como se não tivesse ido para lá, certo? Mas devido ao preço astronômico da carne, o Luiz até cogitou não comermos o bife! Felizmente consegui convencê-lo (uma vez na vida, outra na morte!) mas tive que pagar a conta...:-(
Pessoal, sentem-se pois por 90g de filé, pagamos "apenas" o equivalente a 50 dólares!!!! Daria para comprar uns 5 ou 6 kg de alcatra de gado australiano no açougue daqui. Imagine no Brasil, então, quantos quilos daria?
Por que custa tão caro? São poucas fazendas que criam o tipo especial de gado e cada fazenda tem de 5 a 10 bois. Os bois ficam confinados, tendo sua dieta rigorosamente controlada para que sua carne fique mesclada com vários veios de gordura (uma bomba de colesterol!) o que lhe garante uma maciez e sabor sem iguais!



Outras mordomias bovinas: temperatura ambiente controlada, música clássica e cervejinha no verão (parece que o calor faz com que fiquem sem vontade de comer e a cerveja estimula o apetite, segundo alguns criadores). Recebem massagem e são escovados com saquê!!!! Segundo alguns criadores, o saquê "passaria" através da pele garantindo uma carne mais saborosa e macia (????).
Os fazendeiros têm um carimbo especial para marcar o legítimo bife de Kobe assim como os estabelecimentos que o servem, também exibem um selo de garantia.



Se você achou 90g muito pouco, os restaurantes oferecem vários tamanhos de bife. Quem manda é o seu bolso! rsss
Experimentamos o famoso bife num restaurante do Meriken Garden, um pequeno shopping no parque do mesmo nome. Há várias lojinhas de badulaques, souveniers e restaurantes de várias cozinhas, inclusive brasileira!

O bife é realmente uma delícia, muito macio e quanto mais se mastiga mais se sente seu sabor. Apesar de caríssimo, é uma experiência que vale a pena!


A Chinatown de Kobe é outra aventura. A ferveção de pessoas, os comerciantes gritando e oferecendo seus quitutes, um clima de feira livre total! São muitas barraquinhas uma ao lado da outra, os pratos oferecidos não diferiam muito entre elas mas algumas tinham mais "ninki" (sucesso, clientela) do que outras. Os chineses mais extrovertidos, que gritavam mais levavam vantagem em relação aos quietinhos, mas fomos nos orientando muito mais pelas filas do que pelos gritos. Queríamos experimentar tudo se o estômago permitisse, mas resolvemos comprar apenas uma coisa do que queríamos e dividíamos para caber mais! rsss

Um dos portais de entrada/saída da Chinatown.

Não lembro o nome deste sanduíche, mas a massa é a mesma de nikuman e o recheio é com um bife de carne de porco cozido. Muito bom!


Olha que diferença do nikuman que eu fiz outro dia! rsss


O recheio do nikuman.



Olha a muvuca numa das lojas de nikuman. Apesar de pequeno, o nikuman daí foi o melhor da Chinatown, na minha humilde opinião.


A fachada da loja, para quem for para lá e quiser experimentar. Não estão com pose de Iron Chef? rsss



Sweet potato, estava quentinho, uma delícia!



Olha a banquinha vendendo sweet potato.

Esses guiozás estavam muito gostosos mas os palitos de degustação eram reaproveitáveis! Arghhhh! Como se diz, se não mata, engorda! rss

Doces e pães de Kobe são muito famosos também. Experimentamos duas confeitarias recomendadas pela revista, o Pão-de-ló que fica numa galeria de lojas em Motomati e o Cui-cui. Quanto aos pães, desta vez não pudemos experimentar de nenhuma padaria. Somente os croissants, danishes e pães de forma oferecidos no café da manhã do hotel.



Este rocambole recheado de frutas e choux cream do Pão-de-ló estava excelente. Estávamos já cansados de perambular o dia todo e esta dose de glicose me caiu como um energizante! rsss



O cheesecake de Kobe também é muito famoso no Japão. Existem várias confeitarias oferecendo diversos tipos de cheesecakes. Na galeria subterrânea que leva ao metrô de Motomati, você encontra o Cui Cui. Eles têm um cheesecake muito macio e fofinho que lembra suflê. Pedi plain, de morango e de chocolate e degustamos no nosso quarto do hotel. Todos estavam perfeitos, uma delícia!



Outro cheesecake bastante conhecido é o Kazamidori. São vendidos em quase todas as lojas de souveniers. São bonzinhos mas nada de arregalar os olhos. Eles oferecem embalagens congeladas para viagens. Podem ser deixadas fora da geladeira por até 12 horas sem problemas.



O doce mais lembrado pelos turistas é o Gaufre, um biscoitinho de massa finíssima recheado com creme de vários sabores. Acho que seria o equivalente ao bijú do Brasil.

No próximo post, contarei sobre o bairro Kitano e suas casas que pertenceram a estrangeiros, conhecido como "Ijinkan". ;-)


PS: as fotos dos cortes da carne e do selo de garantia são da revista que comprei.

sábado, maio 12, 2007

Nosso passeio a Kobe



Publiquei um post sobre nosso passeio nos Quatro cantos do mundo. Dêem uma olhada!
A foto ilustrativa é um hotel resort de Kobe e foi retirada da internet.

sexta-feira, maio 11, 2007

Bolinho de mixirica



Este bolinho lembra muito um pão-de-ló, além de ficar fofinho é muito perfumado e saboroso! A receita original usa ponkans mas podem ser substituídos por qualquer outra mixirica. Estava com uma parecida com a morgoti do Brasil e também ficou muito bom! A casca desta mixirica não é muito grossa e por isso usei as cascas picadinhas, mas caso você use uma de casca grossa, rale-a para usar na receita. O leite também pode ser trocado por licor de laranja como Cointreau ou Curaçao.
Espremi a mixirica e medi a quantidade pedida. Sobrou um pouquinho na tigela e nem pestanejei, tomei o caldinho! rsss
Só depois pensei que poderia ter usado o suco para fazer uma calda com açúcar de confeiteiro e jogar por cima dos bolinhos. A idéia veio tarde, mas mesmo assim, sem nada, são bem gostosinhos. O açúcar sem exagero na massa faz desse bolinho ótimo para ser saboreado mesmo no café da manhã.

Bolinho de mixirica

Para 10 bolinhos

2 ovos médios
5 colheres (sopa) de açúcar
60g de manteiga sem sal
70ml de suco de ponkan ou outra mixirica
casca de um ponkan
100g de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó
1 colher (sopa) de leite (usei brandy)
1 colher (sopa) de açúcar granulado para polvilhar (não usei)

Derreta a manteiga no microondas por 30 segundos.
Peneire a farinha com o fermento.
Separa as gemas das claras.
Pique a casca do ponkan bem miudinho
Coloque as forminhas de papel na forma de muffins.
Preaqueça o forno a 170oC.

Coloque as gemas e 2 colheres de açúcar numa tigela e bata na batedeira até ficar uma mistura clara e fofa. Junte a manteiga derretida, o suco, o leite e a casca picada. Misture e junte a farinha, peneirando novamente sobre a mistura. Mexa delicadamente com colher de pau ou silicone. Deixe de lado e vá preparar o merengue. Bata as claras em neve e adicione o açúcar restante em 2 ou 3 vezes até formar um merengue bem firme. Confesso que bati o merengue primeiro e depois bati as gemas. Dá uma preguiça de lavar as pás da batedeira! rsss
Adicione 1/3 do merengue à massa e misture com cuidado até ser todo absorvido. Junte o resto do merengue e termine de misturar. Distribua a massa nas forminhas e dê algumas batidinhas no fundo da forma de muffins. Leve ao forno e asse por cerca de 25 minutos ou até que fiquem corados.

quinta-feira, maio 10, 2007

Croquetes de carne



A carinha triste:

- Buáááá, não consigo levar a dieta à sério!!!

A carinha brava:

- Você não tem jeito mesmo!!!!

A carinha feliz:

- Ahhh, mas eu sou tão gostoooooooooso!!! rsss

E assim foi-se a mini-dieta de refogados e saladas....:-D
Hoje voltei para casa com uma idéia fixa na cabeça: croquetes!
Vocês podem achar estranho o formato dos meus croquetes, mas era assim que minha tia preparava quando eu costumava "pousar" na casa dela aos finais de semana na minha infância. Era de praxe: croquetes, risoto de frango e maionese no sábado à noite e no domingo de manhã, comer pastel na feira com garapá. Tudo super "light" como podem perceber! De quebra, sempre ganhava uns brinquedinhos ou canetinhas de colorir!
O "corôque" (croquete em japonês) também tem esse formato achatado, porém ovalados. Para espanto de quem não vive aqui, costuma-se comer os bolinhos com catchup ou "tonkatsu soosu" (lembra molho inglês mas bem encorpado usado para acompanhar bifes de porco à milanesa)!
A receita vem daqui e ficou ótima! Pura massa de batata!
Abaixo coloco a forma como preparei:

150g de carne moída
1 dente de alho picadinho
1/2 cebola grande picada
cheiro verde picado a gosto
sal e pimenta do reino a gosto
5 ou 6 batatas médias
2 colheres (sopa) de creme de leite fresco
noz moscada
farinha de trigo, ovos batidos e farinha de rosca para empanar

Refogue o alho em um pouco de óleo. Junte a cebola e deixe murchar um pouco. Em seguida, acrescente a carne moída e misture bem, deixando bem soltinha. Tempere com sal e pimenta e deixe secar bem. Tire do fogo e deixe esfriando.
Descasque as batatas, pique em pedaços menores e coloque numa vasilha. Lave bem, escorra e deixe de molho por 10 minutos.
Escorra novamente as batatas e coloque-as numa panela. Cubra com água e leve ao fogo forte. Deixe cozinhar até que fiquem macias. Escorra e leve ao fogo novamente para secar a água. Amasse as batatas enquanto ainda estão quentes. Deixe amornar.
Junte, então a carne moída refogada, o cheiro verde e o creme de leite. Tempere com noz moscada ralada e acerte o sal e a pimenta. Misture tudo muito bem. Caso a massa fique esfarelando, coloque um pouco mais de creme de leite.
Molde os croquetes e passe na farinha, ovos e rosca.
Frite em óleo abundante e sirva quentinho!

PS: estou "rascunhando" sobre o passeio a Kobe aos poucos!

terça-feira, maio 08, 2007

Gelatina de toranja



Sim, sim, sim, eu disse que não faria nada doce por algum tempo, mas não resisti a esta gelatina. E gelatina de frutas não pesa tanto assim na consciência, ne? ;-p
Amo toranja (grapefruit) e me apaixonei pelo visual desta sobremesa logo que botei os olhos nela!
Muitas pessoas não apreciam esta fruta por conta do sabor amargo, mas se você retirar toda a pelinha branca, responsável pelo sabor desagradável, verá como é gostosa! Agora que elas abundam no mercado, compro para comermos todos os dias depois do jantar.
Prefiro a toranja rubi à branca e achei que framboesas combinariam melhor, tanto no sabor quanto no visual. Já as folhas de hortelã deram um toque refrescante à sobremesa, deixando-a mais leve ainda! De saborear com um sorriso nos lábios!

Gelatina de toranja

1 toranja branca ou rubi
8 mirtilos ou framboesas
150ml de suco de toranja
5g de gelatina em pó sem sabor
3 colheres (sopa) de água fria
3 colheres (sopa) de açúcar
100ml de água
folhas miúdas de hortelã

Coloque a gelatina numa tigelinha e junte as 3 colheres de água. Misture bem e deixe hidratando por 5 minutos.

Enquanto isso, descasque a toranja. Tire toda a pelinha branca que a envolve e retire os gomos. Esprema o "esqueleto" de pele que sobrou, retirando todo o caldo e meça 150ml. Caso falte, complete com água. Corte os gomos em pedaços menores.

Umedeça levemente 4 tacinhas com água. Espalhe os pedaços de toranja, berris e folhas de hortelã em cada taça. Reserve.

Coloque os 100ml de água numa panelinha junto com o açúcar. Leve ao fogo somente para derreter o açúcar. Retire do fogo e junte a gelatina. Misture e deixe até que derreta. Acrescente o suco de toranja, mexa bem e despeje com cuidado nas tacinhas. Leve à geladeira para endurecer.

Salada de soja



Depois de comer tudo o que podia e não devia neste feriado, estou bem devagar na cozinha. Muitos refogados, saladas e nenhum bolo por enquanto! Acho que fiquei um pouco saturada de doces depois do feriado, mas espero voltar em breve com novas receitas!
Esta saladinha é super rápida de preparar e mais rápida ainda de comer! Fica muito saborosa e além de tudo, bem saudável! Recomendo usar vinagre balsâmico, dá um aroma e sabor todo especial a esta salada! Caso não tenha à mão, use vinagre de vinho tinto.

Salada de soja

1 páprica vermelha em cubinhos
4 cogumelos shiitakes médios sem cabinhos e cortados em cubinhos
1 pacote de soja pré-cozida (170g)
1 pacote de edamame pré-cozido (170g)
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extra-virgem
1 colher (sopa) de vinagre balsâmico ou de vinho tinto
sal e pimenta do reino a gosto
manjericão seco a gosto

Despeje os grãos de soja num escorredor e dê uma lavada rápida. Deixe escorrendo por alguns minutos.
Enquanto isso, aqueça o azeite numa frigideira. Coloque a páprica e os cogumelos. Dê uma boa misturada, envolvendo os cubinhos com o azeite. Tempere com sal, pimenta e manjericão. Coloque o vinagre balsâmico, misture bem e tire a panela do fogo. Junte os grãos de soja e mexa bem. Sirva quente ou fria.

segunda-feira, maio 07, 2007

Golden Week 2007



Tivemos uma semana inteira de descanso por conta de vários feriados seguidos. Já comentei ano passado, mas vale lembrar novamente:

Dia 29 de abril é o dia Showa em lembrança ao último imperador da Era Showa, a que precedeu a atual, a Era Heiwa. Quando dia 29 cai num domingo, como aconteceu este ano, a segunda-feira também é folga! Não sei aonde eu li que o Japão tem mais feriados que no Brasil e eu desconfio que seja mesmo! Mas estes feriados longos são a nossa salvação já que não podemos tirar férias de 20 ou 30 dias seguidos como no Brasil!

Dia 3 de maio é o dia da Constituição.

Dia 4 de maio é o dia do Verde.

Dia 5 de maio é o dia dos meninos. As famílias com filhos homens costumam enfeitar a frente da casa com carpas em tecido, sendo que cada membro da família é representado por uma carpa. Normalmente o maior é o avô ou pai, seguido da avó/mãe e os menores são os filhos.

Creio que nunca andamos tanto como neste feriado! Minhas pernas estavam em pandarecos depois de todos os passeios que fizemos, mas valeu muito a pena! O passeio principal e o que estava realmente programado era a cidade de Kobe. Foi a primeira vez que fomos para lá e receio que irei alugar vocês por alguns posts só com os passeios que lá fizemos! Mas isto fica mais para frente porque o nosso primeiro passeio do feriado foi ao Hamanako Garden Park, de novo! rsss
Já comentei sobre este parque neste post mas resolvemos voltar para visitar uma exposição de flores que estava acontecendo naquele final de semana. Acordamos tarde e saímos de casa às 10 horas. Normalmente o trajeto leva cerca de uma hora mas naquele domingo nos custou 3 horas!!! Faltando alguns poucos quilômetros para chegar ao parque, o trânsito simplesmente parou! Os carros avançavam muito lentamente e o desânimo e a fome já ameaçavam tomar conta.
Um dos motivos para a lentidão foi este mundareo de gente que vocês vêem aí embaixo. Podem adivinhar do se trata?


Pode parecer que são poucas pessoas, mas quando consegui tirar a máquina de dentro da bolsa já tínhamos passado pela maior concentração. Havia pessoas dos dois lados da ponte e mais um monte à frente do mar, todas catando... mariscos! O lugar, Benten, é bem famoso na região atraindo muitos turistas nesta época do ano. Vi muitas crianças se divertindo com seus baldinhos mas os adultos não ficavam para trás. Muitos com sacos plásticos carregados de ostras. Pode-se pagar um barqueiro também que leva a lugares mais afastados e com menos concorrência por metro quadrado.

Quando chegamos ao parque, descobrimos que o estacionamento estava lotado! Fomos orientados a ir para outro estacionamento beeeeeeeeeem mais afastado. De lá tivemos que entrar na fila para pegar o ônibus fretado. Esperamos uns 3 ônibus passarem para conseguirmos subir. Era mais de 1 da tarde quando finalmente chegamos ao parque! Ufa!

Ficamos andando mais pelo pavilhão de exposições e nos admirando com todos os arranjos de flores. Eis algumas amostras:













Havia uns 5 painéis destes só com as variedades de gérberas. Uma mais linda que a outra!













E as rosas???? Simplesmente lindas, maravilhosas!!!!















Lírios e outros colírios para os olhos!















Decidimos que iríamos almoçar no shopping center ali perto, mas a fome era tanta que fomos dar uma volta nas barraquinhas de comida e souveniers. Apaixonei-me por uns gatos desenhados em pedras mas os preços não estavam nada convidativos. O Luiz achou um absurdo pagar tanto por uma pedra, mas que deu comichão na mão, isso deu! rsss

Avistamos uma bandeira brasileira e o cheirinho de espetinho de churrasco estava de atiçar as lombrigas! (desculpe, Valentina! rsss)
O atendente brasileiro nos saudou em japonês, o que nos divertiu muito. Mesmo tendo feições orientais, aqui dá para distinguir brasileiro de japonês de longe (jeito de andar, vestir....), mas no nosso caso, acho que nos "ajaponesamos" mesmo e acabamos enganando tanto brasileiros (que pensam que somos japoneses) quanto japoneses (que também pensam que somos japoneses! rsss). Perguntei em português, "quanto custa o espetinho?" e o atendente surpreso, solta um "Êta lasqueira!" rsss

Compramos um para experimentar mas estava meio seboso. Desistimos de fazer repeteco e fomos procurar outra coisa para enganar a fome. Avistamos uma fila razoável numa das barracas. Fujinomiya yakisoba. O Luiz já foi logo dizendo que tinha ouvido comentário na televisão dizendo que era bem famoso. Resolvemos entrar na fila. Pegamos nosso yakisoba e fomos comer à sombra dos fujinohanás. Para começo de conversa, não veio quase nenhuma carne. Havia um pontinho de carne aqui e ali. Pouca verdura e muito macarrão. Antes que vocês pensem que foi uma gororoba só, o macarrão é o bom do prato!
Ele é bem diferente dos que costumamos encontrar nos mercados. Tem uma consistência mais firme, não fica molenga e se desmanchando se for grelhado demais e o tempero é bem mais suave que o yakisoba comum, além de ter uma cor mais clara e mais atraente.
Se você se interessou, dê uma olhada neste vídeo e confira a forma como ele é preparado!

Com o estômago forrado e já perto das 4 da tarde, resolvemos ir embora. Encontramos uma fila de dar voltas e mais voltas para tomar o ônibus! Tivemos que esperar que 6 ônibus partissem antes que pudéssemos entrar. Cada ônibus estava levando cerca de 40 pessoas, então, calculem o número de pessoas a nossa frente. E mais pessoas se afileiravam atrás de nós! Parecia que Shizuoka inteira estava concentrada naquela área!

A volta foi inacreditavelmente rápida! Apesar disso, ou talvez por causa disso, afinal feriado que se preze tem que ter fila e gente transbordando em tudo quanto é lugar, o passeio foi bem proveitoso e divertido! Talvez amanhã comece a postar sobre o nosso passeio a Kobe. Aguardem! ;-)

Estas flores que dão em cachinhos, aqui são chamadas de Fujinohanás.

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